Crítica: Vovó…Zona 3

A comé­dia talvez seja o gênero no cin­e­ma mais injustiça­do e dífi­cil de se exe­cu­tar ao lon­go dess­es mais de 100 anos de história da séti­ma arte. Des­de Chap­lin e seu humor críti­co até as atu­ais comé­dias mescladas com o roman­tismo bobo, o esti­lo vem sem­pre ten­tan­do se ren­o­var e refor­mu­lar as vel­has piadas. Vovó…Zona 3 (Big Mom­mas: Like Father, Like Son, USA, 2010), dirigi­do por John White­sell vem — tomara! — para com­ple­tar a trilo­gia ini­ci­a­da pelo come­di­ante amer­i­cano Mar­tin Lawrence, do dis­farce da grande Vovó negra infil­tra­da nas mais diver­sas situações.

Faz alguns anos que o agente da FBI Mal­colm (Mar­tin Lawrence) não pre­cisa mais se camu­flar como Vovó­zona. Ago­ra ele se pre­ocu­pa mais em con­vencer seu entea­do Trent (Bran­don T. Jack­son) ir para a uni­ver­si­dade ao invés de ser um rap­per famoso como o garo­to quer. Numa das ten­ta­ti­vas de Trent con­vencer o padras­to ele o segue até uma mis­são perigosa e aca­ba se envol­ven­do com os ban­di­dos persegui­dos pela FBI. É a hora de sal­var as suas vidas e isso requer a vol­ta da Vovó­zona e uma sobrin­ha estran­ha, a Char­maine, elas têm que encon­trar um pen­drive escon­di­do numa esco­la de artes para garotas. 

Mar­tin Lawrence tem um esti­lo muito pare­ci­do com o de Eddie Mur­phy nos anos 80 e 90, incluin­do muitos tre­jeitos e mod­os de falar, mas aca­ba fican­do des­percer­bido como Mal­colm e como Vovó­zona. Em Vovó…Zona 3, ele apos­ta numa sen­ho­ra bem menos car­i­ca­ta, sem tan­tos diál­o­gos áci­dos como os ante­ri­ores. Bran­don Jack­son é um ator bem razoáv­el, que em muitos momen­tos aca­ba forçan­do a inter­pre­tação, ele se sai mel­hor como a gordinha trav­es­ti­da Char­mainne do que com seu per­son­agme Trent, que não con­vence em nen­hum momento. 

O roteiro de Vovó…Zona 3 é bas­tante fra­co, sendo o mais ruim dos três lon­gas da série rec­hea­do de clichês. O que o dire­tor ten­tou dessa vez foi traz­er a fór­mu­la com foco nos ado­les­centes, no esti­lo do atu­al High School Musi­cal e afins, com garo­tas boni­tas e prob­le­mas de pop­u­lar­i­dade entre alunos. Nada foge do sen­so comum, inclu­sive as piadas que não se dão tra­bal­ho de faz­er rir. As cenas com mais ação envol­ven­do o agente e os ban­di­dos soam tão fra­cas que causam sono, ou seja, sem graça e sem ação.

Neste gênero, ou na maio­r­ia deles, as sequên­cias podem estra­gar uma boa idéia. Por­tan­to, torço que Vovó…Zona 3 seja o últi­mo da série e que a grande Vovó do primeiro lon­ga de 2000 fique lá onde dev­e­ria estar, uma comé­dia diver­ti­da e sem sequências. 

Out­ras críti­cas interessantes:

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=1YmU8aMgpdM


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