Crítica: Padre

crítica padreBasea­do na famosa HQ core­ana de mes­mo nome, Padre (Priest, USA, 2011), dirigi­do por Scott Charles Stew­art, é mais uma das várias adap­tações de Histórias em Quadrin­hos feitas pelo cin­e­ma amer­i­cano. Pos­suin­do belos efeitos espe­ci­ais para rep­re­sen­tar a já vel­ha luta entre home­ns e vam­piros, temos um filme visual­mente atraente, mas nar­ra­ti­va­mente e cine­tografi­ca­mente pobres.

Em um mun­do pós-apoc­alíp­ti­co, onde des­de o começo dos tem­pos há guer­ras entre home­ns e vam­piros — que nes­ta ver­são são seres cin­zas e sem olhos- os humanos tin­ham pou­cas chances de vencer esta luta até sur­girem os Padres, exímios exter­mi­nadores de vam­piros. Tem­pos depois, quan­do se acred­i­ta­va que não havia mais peri­go, uma família é suposta­mente ata­ca­da por vam­piros e a sua fil­ha, Lucy (Lily Collins), rap­ta­da. Seu tio, um Padre (Paul Bet­tany), ten­ta aler­tar seus supe­ri­ores des­ta ameaça e vai atrás de vin­gança jun­to com Hicks (Cam Gigan­det), par român­ti­co de Lucy.

É inegáv­el que o cin­e­ma e as HQs estão estre­i­tan­do seus laços cada vez mais, onde um aca­ba ali­men­tan­do o uni­ver­so do out­ro que, em segui­da, aca­ba servin­do de ali­men­to para o primeiro, um ver­dadeiro ciclo de retro-ali­men­tação. Isto não é nen­hu­ma novi­dade, Osamu Tezu­ka — cri­ador do Astro Boy, Speed Rac­er, … — inovou os mangás na sua época, quan­do inseriu nar­ra­ti­vas mais cin­e­matográ­fi­cas em seu tra­bal­ho, que mais tarde acabaram influ­en­cian­do muitas obras do cin­e­ma. Quan­do uma obra é adap­ta­da para um out­ro meio, é dese­jáv­el que se explore as novas pos­si­bil­i­dades deste e não que sim­ples­mente se faça uma trans­posição de um para o out­ro. Infe­liz­mente, é jus­ta­mente neste pon­to que Padre não soube explorar.

Antes que você comece a se per­gun­tar, já vou respon­der: não, não sou daque­les chatos que fica procu­ran­do tudo que tem em uma HQ no filme e, neste caso em par­tic­u­lar, até nem teria como faz­er isto pois ain­da não tive ain­da a opor­tu­nidade de ler a obra. Muitas cenas do Padre, havi­am ele­men­tos que pare­ci­am ser niti­da­mente trans­pos­tos de um desen­ho, mas que não fun­cionavam efe­ti­va­mente nas telas, só se a imagem fos­se estáti­ca. A trans­fo­mação na mudança de expressão e gestos dos atores, tril­ha sono­ra, movi­men­tação da câmera de um pon­to ao out­ro, … todos ess­es ele­men­tos impor­tantes para a lin­guagem cin­e­matográ­fi­ca pare­cem não ter tido tan­ta importân­cia quan­to o de ter cenas “fiéis” aos quadrin­hos. Me per­gun­to, de que adi­anta você ver uma cena muito bem pro­duzi­da visual­mente se o ator tem expressão de peixe e movi­men­tos mecânicos?

Os momen­tos de cli­max das cenas de ação em Padre ficaram sim­ples­mente fra­cos, dev­i­do a fal­ta da uti­liza­ção mais elab­o­ra­da destes ele­men­tos, ficou difí­cil haver aque­le envolvi­men­to com ten­são e emoções que o cin­e­ma per­mite. O roteiro fra­co cer­ta­mente aju­dou neste que­si­to tam­bém, não que seja necessário muitas expli­cações em uma tra­ma de padres matan­do vam­piros, mas um pouco mais de desen­volvi­men­to teria feito grande diferença.

Padre provavel­mente é daque­las obras que por enquan­to — uma sequên­cia é deix­a­do em aber­to no final — deve fun­cionar mais como HQ do que como filme. Aliás, fiquei bem curioso de ler ela, aqui no Brasil foi pub­li­ca­da pela Lumus Edi­to­ra.

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Trail­er Legendado:

httpv://www.youtube.com/watch?v=_nOxYl80FDA


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