Crítica: J. Edgar

poster J. EdgarA sigla F.B.I. é con­heci­da prati­ca­mente em todo o mun­do, as vezes como um sím­bo­lo de poder e justiça, já out­ras vezes tam­bém como o grande irmão que vigia a todos e real­iza suas ações con­forme suas intenções. Mas como será que tudo isso começou? J. Edgar (EUA, 2011), dirigi­do por Clint East­wood, nar­ra a história de J. Edgar Hoover (Leonar­do Di Caprio) o homem que foi respon­sáv­el por cri­ar o F.B.I. como con­hece­mos hoje em dia, sendo seu prin­ci­pal chefe por cin­co décadas.

Por ter seu enre­do forte­mente rela­ciona­do aos acon­tec­i­men­tos históri­cos que pre­ced­er­am nos Esta­dos Unidos durante a déca­da de 20 até 70, aque­les que não estiverem famil­iar­iza­dos com esta época, provavel­mente se sen­tirão um pouco per­di­dos — algo que acon­te­ceu as vezes comi­go — ou até cri­arem a impressão de que J. Edgar é muito arras­ta­do e deva­gar, mas que na ver­dade não é o caso. É um filme, de cer­ta for­ma, biográ­fi­co, por isso tam­bém não se deve esper­ar ver grandes cenas com ação, cortes rápi­dos e explosões, algo nor­mal­mente rela­ciona­do com histórias do F.B.I., ele segue um rit­mo mais mod­er­a­do e car­rega­do, já car­ac­terís­ti­co do East­wood.

Algo que que chama bas­tante atenção em J. Edgar são as maquia­gens de envel­hec­i­men­tos apli­cadas nos atores, para poderem acom­pan­har essa pas­sagem de quase meio século.
Difer­ente de muitos out­ros filmes, como por exem­p­lo acon­te­ceu com a ver­são idosa do per­son­agem Saito em A Origem, des­ta vez a maquiagem ficou bas­tante real­ista, pois em vez de se uti­lizar latex, foi usa­do uma nova téc­ni­ca com finas camadas de sil­i­cone, que dá um efeito mais pare­ci­do com a pele nat­ur­al. Mas o que real­mente deu vida a essas trans­for­mações foram as atu­ações, desta­can­do-se prin­ci­pal­mente a de Leonar­do DiCaprio que esta­va excep­cional, as vezes fican­do total­mente irrecon­hecív­el por trás do seu papel como J. Edgar.

Hoje em dia é difí­cil imag­i­nar os agentes do F.B.I. sem armas ou suas inves­ti­gações não pos­suírem um forte teor cien­tí­fi­co, mas antes de J. Edgar Hoover isto esta­va longe de ser real­i­dade. Inclu­sive, a ideia de uti­lizar a ciên­cia para iden­ti­ficar um crim­i­noso era tido como algo total­mente sem nexo e malu­ca. Pen­sar em ter uma cen­tral de impressões dig­i­tais, nem se fala! Ele tam­bém foi respon­sáv­el por aju­dar a con­stru­ir a imagem do F.B.I. na mídia pop­u­lar, ten­do sido con­sul­tor da Warn­er Bros para um filme e uma série de TV, se asse­gu­ran­do pes­soal­mente que a orga­ni­za­ção fos­se retrata­da de maneira mais dramáti­co do que os out­ros poli­ci­ais da época.

Um fato curioso era que na época os estrangeiros ile­gais eram chama­dos de aliens e foi implata­do todo um pro­gra­ma para tirar ess­es intru­sos do país. E pen­sar que depois sur­giri­am ficções como o Arqui­vo X, que seria local­iza­do den­tro do próprio F.B.I., e tam­bém o M.I.B., que lidam jus­ta­mente com a invasão de aliens nos Esta­dos Unidos…

J. Edgar é com certeza um filme muito inter­es­sante tan­to por tratar de uma per­son­al­i­dade muito impor­tante para a história dos Esta­dos Unidos, que de um jeito ou de out­ro tam­bém teve a sua reper­cursão mundial­mente, pelas exce­lentes atu­ações e, é claro, por ser mais um óti­mo lon­ga do Clint East­wood.

Para quem gos­tou de J. Edgar, tam­bém recomen­do assi­s­tir O Espião que sabia demais, um lon­ga bem difer­ente sobre espi­onagem dirigi­do por Tomas Alfred­son (que fez o sen­sa­cional Deixe Ela Entrar), que foca jus­ta­mente no tra­bal­ho mais men­tal e “buro­cráti­co” dos espiões.

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=V_fgz4uJdtQ


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Dossiê Daniel Piza
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