Crítica: Valente

As prince­sas em bus­ca de seus príncipes encan­ta­dos ficaram pre­sas nos anti­gos con­tos de fadas que você lia quan­do cri­ança. A moda que vem se desen­vol­ven­do há algum tem­po é a total descon­strução dos estereóti­pos de per­son­agens das sagas felizes para sem­pre, total­mente adap­ta­dos há um mun­do real onde há von­tades, dese­jos e opiniões. Em Valente (Brave, 2012, EUA), ani­mação aguarda­da da Disney/Pixar, o enre­do não foge do novo mote e traz a prince­sa Meri­da, que son­ha emcav­al­gar livre pela flo­res­ta empun­han­do seu arco e flecha, deixan­do para trás casa­men­tos arran­ja­dos e ativi­dades de damas.

Meri­da é tão cer­ta da sua fal­ta de aptidão em ser esposa de um valen­tão nórdi­co, reple­ta de afaz­eres domés­ti­cos, que toma suas próprias decisões para mudar seu des­ti­no. Des­de peque­na a garot­in­ha de lon­gos cachos ruiv­os demon­stra­va que gostaria de ser valente como seu pai, o rei Fer­gus — que inclu­sive lhe deu a primeira flecha — mas sua mãe deixa claro que o des­ti­no de uma prince­sa não pode ser muda­do, mas somente acata­do. Quan­do chega a hora de Meri­da arru­mar um mari­do, um ban­do de bár­baros de cére­bro pequeno, ela decide que pre­cisa con­vencer a sua mãe, nem que pre­cise usar de magia para isso.

Claro que há a famosa bruxa da flo­res­ta que lhe dá uma boa magia em tro­ca de algo, mas o bacana é que essa é com­pos­ta de car­ac­terís­ti­cas mod­er­nas: Pref­ere gan­har din­heiro como carpin­teira, usa um alargador na orel­ha e tem um sis­tema de tele­mar­ket­ing de caldeirão, ele­men­tos que ger­am boas risadas em relação à vel­hin­ha. Mas como toda boa bruxa, ela é atra­pal­ha­da e deixa uma men­sagem sub­lim­i­nar para a prince­sa e isso é o que guia todo o lon­ga e as descober­tas fun­da­men­tais de uma história, que ape­sar de descon­struí­da, ain­da guar­da uma boa men­sagem no fim das contas.

Ape­sar das rev­oluções quan­to aos clás­si­cos, o enre­do de Valente man­tém a tra­jetória de uma prince­sa recor­ren­do à magia para que seus dese­jos fun­cionem e, na ver­dade, é a magia que aju­da a enten­der mel­hor sua própria vida, nada demais se não fos­sem os per­son­agens muito bem car­ac­ter­i­za­dos. Reple­to de refer­ên­cia diver­tidas — inclu­sive um dos clãs que luta pela mão da prince­sa leva o nome de Mac­in­tosh, hom­e­nagem ao cri­ador da Pixar, Steve Jobs — e per­son­agens com boas tiradas, o lon­ga con­segue se man­ter firme até o fim, mes­mo não sendo a mel­hor pro­dução da Pixar.

Obvi­a­mente que a ani­mação em ter­mos téc­ni­cos é impecáv­el, man­ten­do o nív­el da pro­du­to­ra que des­de que se jun­tou à Dis­ney, empres­ta muito das suas boas ideias con­tem­porâneas aos esti­lo clás­si­co da out­ra. Em Valente não fal­taram as famosas cenas musi­cais da Dis­ney, que ficaram um pouco estra­nhas dubladas, mas nada de grande relevân­cia. A ani­mação é uma boa opção de diver­são tan­to para cri­anças quan­to para quem as acom­pan­ha ou ape­nas para quem vai no cin­e­ma em bus­ca de algo mais menos barul­hen­to, reboots, piadas nacionais duvi­dosas e etc.

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Dossiê Daniel Piza
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