Crítica: Doce Vingança

Não é de hoje que os remakes tomam as telas dos cin­e­mas. Na déca­da de 80 tive­mos Scar­face, dirigi­do por Bri­an de Pal­ma e estre­la­do por Robert de Niro. Poucos sabem, mas este é remake de filme homôn­i­mo, data­do de 1932. Atual­mente, são vários os remakes que vemos por aí. Na maio­r­ia dos casos o resul­ta­do não é favoráv­el, mas às vezes os dire­tores “acer­tam a mão”. Um bom exem­p­lo dis­so é Doce Vin­gança (I Spit on Your Grave, USA, 2010) de Steve R. Monroe.

A déca­da de 70 ficou con­heci­da pelos filmes que explo­ravam um lado mais vio­len­to e que­ri­am “chocar” a sociedade, para con­seguir atenção. Nes­sa déca­da tive­mos Pink Flamin­gos, Gar­gan­ta Pro­fun­da, 120 dias de Sodoma e out­ros filmes que mudaram a história do cin­e­ma, para o bem ou para o mal. Entre eles, tive­mos I Spit on your Grave (que aqui saiu como A Vin­gança de Jen­nifer). Com uma divul­gação tími­da, o VHS ficou per­di­do nas prateleiras das locado­ras, seja pela sua pés­si­ma pro­dução ou pela sua temáti­ca vio­len­ta demais até para os padrões da década.

A escrito­ra Jen­nifer Hills se muda para uma cabana iso­la­da em uma peque­na cidade para ter­mi­nar seu livro. Um con­tratem­po num pos­to de gasoli­na faz com que ela des­perte o inter­esse e a ira de alguns moradores locais. Pouco depois, eles rumam para sua casa para estuprá-la e espancá-la. Dada como mor­ta, os home­ns esque­cem o caso e retomam suas vidas. Mas Jen­nifer esta­va viva, se recu­peran­do e plane­jan­do sua vigança. As cenas de estupro foram con­sid­er­adas fortes demais e o filme foi proibido em diver­sos país­es. Hoje ele pos­sui sta­tus de Cult e gan­hou o já cita­do remake.

O enre­do é basi­ca­mente o mes­mo, com peque­nas mod­i­fi­cações. Doce Vin­gança foi alter­ado para cair no gos­to do públi­co que apre­cia o cin­e­ma hol­ly­wood­i­ano. As cenas de estupro foram amenizadas e as de vin­gança foram muito mais bru­tais. Há quem com­pare tais cenas com fran­quias do tipo Jogos Mor­tais e O Alber­gue, mas aqui é difer­ente. As cenas são bem encaix­adas e pos­suem um porquê de estarem lá.

O prin­ci­pal­mente difer­en­cial entre o orig­i­nal e o remake, é que Doce Vin­gança pos­sui uma nar­ra­ti­va mais ágil. A ten­são cresce aos poucos, até cul­mi­nar na vin­gança, pro­pri­a­mente dita. Assim, prende a atenção de quem está assistin­do, fato que não acon­tece com o orig­i­nal (para que, não está acos­tu­ma­do com esse gênero de filme).

Deixan­do a dis­cussão da éti­ca dos remakes de lado, Doce Vin­gança é um bom filme que deve agradar tan­to aos fãs xiitas do clás­si­co quan­to aos que ain­da não con­hecem o mes­mo. Um bom lon­ga de sus­pense atrai a atenção de quem está assistin­do pela cres­cente ten­são, e esse obje­ti­vo con­seguiu ser atingido.

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=Y2YRY35WMc4


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Dossiê Daniel Piza
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