Crítica: Amizade Colorida

Amizade Col­ori­da (Friends with Ben­e­fits, EUA, 2011), dirigi­do por Will Gluck, é uma diver­ti­da comé­dia român­ti­ca que foge um pouco dos padrões hol­ly­wood­i­anos, ten­do como atores prin­ci­pais Justin Tim­ber­lake e Mila Kunis.

A pre­mis­sa não é muito difer­ente de Sexo Sem Com­pro­mis­so (No Strings Attached, EUA, 2011), dirigi­do por Ivan Reit­man, onde dois ami­gos que não aguen­tam mais os incô­mo­d­os de ter um rela­ciona­men­to sério e fecha­do, deci­dem adi­cionar o sexo — como se fos­se a práti­ca de um esporte — na amizade deles, sem toda a cobrança e sen­ti­men­tal­is­mos que nor­mal­mente se tem em um namoro. Só que este tem duas grandes difer­enças em relação ao out­ro filme, uma é que Natal­ie Port­man infe­liz­mente não con­vence como mul­her que ape­nas está inter­es­sa­da em sexo, muito difer­ente da Mila Kunis, que pos­sui um jeito muito mais livre e sen­su­al. É até engraça­do com­parar isto com o papel das duas no filme Cisne Negro (Black Swan, EUA, 2010), dirigi­do por Dar­ren Aronof­sky, que soube muito bem explo­rar essa car­ac­terís­ti­ca de cada uma delas. A segun­da difer­ença é que o enre­do é muito — mas muito mes­mo — mais inter­es­sante, com menos clichês e com um humor óti­mo, que acred­i­to ser a mel­hor coisa do Amizade Col­ori­da.

E falan­do em atu­ações, Justin Tim­ber­lake está sur­preen­den­do como ator. Con­fes­so que esper­a­va que ele seria mais um dos can­tores que ten­taram a car­reira no cin­e­ma para lucrar mais aprovei­tan­do seu suces­so ou para ten­tar sair do esquec­i­men­to e nova­mente ser destaque na mídia. Para citar dois exem­p­los recen­tentes dis­so temos o fra­co Bur­lesque (EUA, 2010), de Steve Antin, com Christi­na Aguil­era, ou Plano B (The Back-Up Plan, EUA, 2010), de Alan Poul, com a Jen­nifer Lopez, sendo o primeiro o pior entre eles. Nem vou comen­tar o cam­in­ho con­trário — gen­er­al­izan­do é claro — quan­do alguns atores de suces­so deci­dem can­tar… Mas, voltan­do ao Justin, ele está con­vin­cente em seu papel no Amizade Col­ori­da, fug­in­do muitas vezes do que esper­aria que ele fizesse por con­ta de seu pas­sa­do musi­cal. Acred­i­to até que hou­ve uma evolução des­de o exce­lente A Rede Social (The Social Net­work, EUA, 2010), dirigi­do por David Finch­er.

É inter­es­sante que o próprio Amizade Col­ori­da faz várias piadas com os ele­men­tos geral­mente usa­dos em comé­dias român­ti­cas, como os inúmeros clichês, tril­ha sono­ra extrema­mente manip­u­lado­ra para o espec­ta­dor saber o que sen­tir, a músi­ca pop feliz no final para você sair achan­do que acabou de assi­s­tir um bom filme, entre várias out­ras coisas. É claro que o lon­ga não foge tam­bém de uti­lizar essas coisas, mas ele ten­ta dar uma atu­al­iza­da em vários dess­es con­ceitos ten­do muitas vezes resul­ta­dos bem inter­es­santes. Tam­bém chamou atenção a maneira como os crédi­tos ini­ci­ais foram exibidos, fug­in­do daque­las já bati­das fór­mu­las dos filmes do gênero com tomadas panorâmi­cas da cidade e pes­soas andan­do na rua.

Tan­to para aque­les que gostam quan­to para os que não do gênero, Amizade Col­ori­da é uma boa opção para se assi­s­tir algo engraça­do sem insul­tar a inteligên­cia de ninguém. Aliás, quem gostar deste tipo lon­ga, tam­bém recomen­do O Amor e Out­ras Dro­gas (Love and oth­er Drugs, EUA, 2010) de Edward Zwick, que pos­sui um enre­do bem inter­es­sante se pas­san­do na época que o Via­gra foi inven­ta­do e Amor à Dis­tân­cia (Going the Dis­tance, EUA, 2010), por Nanette Burstein, um filme diver­tido sobre rela­ciona­men­tos a dis­tân­cia que tam­bém faz sáti­ra com os vários clichês do gênero.

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=y1dZgWS5jdc


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Dossiê Daniel Piza
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