Crítica: ParaNorman

Os zumbis estão na moda. Essa é uma ver­dade des­de pelo menos a déca­da de 30 — você pode con­ferir uma lista sobre os mel­hores lon­gas do gênero aqui — onde se tem notí­cias dos primeiros filmes envol­ven­do as criat­uras que retor­navam post­mortem por algum moti­vo pen­dente. Para­Nor­man (EUA, 2012), dirigi­do por Chris But­ler e Sam Fell, a nova ani­mação dos estú­dios Lai­ka (que tam­bém fez Cora­line), une uma len­da envol­ven­do zumbis com a para­nor­mal­i­dade de um garo­to que man­tém diál­o­gos comuns com pes­soas mortas.

Nor­man é um típi­co garo­to que sofre bul­ly­ing na esco­la por ser intro­ver­tido e apaixon­a­do por filmes de zumbis. Um de seus poucos ami­gos é Neil, um gordinho rui­vo que tam­bém não é lá muito pop­u­lar e que, segun­do ele, “tem troço pra caram­ba” para os out­ros zoarem. Os garo­tos vivem na peque­na cidade imag­inária de Blithe Hol­low, em algum lugar da Nova Inglater­ra, nos E.U.A., onde bruxas foram queimadas no sécu­lo XVIII. Sua vida se trans­for­ma dras­ti­ca­mente quan­do começa a ter visões estra­nhas de uma maldição que o povo da cidade acred­i­ta­va ser ape­nas uma len­da e ele é o úni­co que pode sal­var a cidade.

A arte do stop-motion, se pen­sar­mos lá des­de o Jan Svankman­jer e vin­do até os dias atu­ais, com dire­tores como Tim Bur­ton e filmes como Mary & Max e, é claro, Cora­line, sofreu um tremen­do avanço na téc­ni­ca, (como por exem­p­lo o uso de uma impres­so­ras 3D para cri­ar cada uma das expressões faci­ais dos per­son­agens) per­mi­tiu que as mes­mas sejam muito mais tra­bal­hadas, não nec­es­sari­a­mente ten­den­do para um visu­al mais real­ista. Além dessa pre­ocu­pação com pequenos detal­h­es dos per­son­agens e dos cenários, Para­Nor­man tam­bém explor­ou a fil­magem em vários ângu­los nada usuais para filmes de stop-motion, que pro­por­cio­nou a mes­ma emoção e envolvi­men­to que só um lon­ga com pes­soas e cenários reais podem fazer.

Muitas das cenas de ação — sim, você leu cer­to mes­mo, cenas de ação! — não devem nada em relação a out­ros tipos de filmes. Aqui não só temos cenas de fuga a pé, que é sim­ples­mente eletrizante, mas tam­bém com uma bici­cle­ta andan­do em alta-veloci­dade, e pas­men, um car­ro cor­ren­do a toda veloci­dade na rua sendo ata­ca­do por um zumbi (que segun­do o Mak­ing Of não uti­li­zou dublê nes­ta cena perigosa). A com­plex­i­dade destas cenas é um cam­po pouco explo­rado no mun­do do stop-motion, que trouxe uma enorme riqueza para este filme.

Para­nor­man é um lon­ga rec­hea­do de boas refer­ên­cias, prin­ci­pal­mente de filmes de ter­ror e de zumbis, e ain­da se propõe a tratar de um tema tão abstra­to, e muitas vezes tabu, que é a para­nor­mal­i­dade, e todos os seus sinôn­i­mos, depen­den­do das crenças de cada um. Além dis­so ele não subes­ti­ma em nen­hum momen­to o espec­ta­dor, muito menos o públi­co infan­til, sendo real­mente um filme de ter­ror sobre zumbis com uma temáti­ca leve e comovente sobre amizade e a aceitação em ser difer­ente de um padrão.

No YouTube há um canal ofi­cial do Para­Nor­man onde tem muito mate­r­i­al extra, não só de Mak­ing Of do filme (como a cri­ação do Nor­man e tam­bém de uma lâm­pa­da do cenário) e tam­bém falan­do um pouco dos dire­tores e da própria Lai­ka, mas tam­bém out­ros vídeos engraça­dos com os per­son­agens do filme, como a Olimpía­da de Zumbis, ou então uma aula de como falar a lín­gua dos zumbis.

Trail­er:

Mak­ing Of:

Nor­man:

Con­stru­in­do uma lâm­pa­da do cenário:

Olimpía­da de Zumbis:

Falan­do a lín­gua dos Zumbis:


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Dossiê Daniel Piza
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